|
|
|
|
Ficha T�cnica | Biografia | Discografia | Letras e Cifras | Fotos | TFC no Brasil | Links Tineige no Brasil:Teenage Fanclub e Hell on Wheels exp�em DNA do Rock [retirado do site do Recife Rock] 02 de maio 2004 Por: Hugo Montarroyos  Gringos provam que s�o de fato os pais da mat�ria O texto abaixo � uma homenagem (n�o-p�stuma) ao mestre Andr� Forastieri, e cont�m v�rios neologismos criados por ele. ...uma noite, cinco horas, uma banda sueca, outra escocesa. Um grupo carioca e dois pernambucanos abrindo. Coisa inimagin�vel nessas praias at� pouco tempo atr�s. Sobretudo para n�s, jornalistas ligados � m�sica e a cena culturaleba em geral. Estou boquiaberto at� agora por Recife ter sido o primeiro territ�rio nacional a ser pisado pelo Teenage Fanclub. Ali�s, sou a pessoa menos indicada para falar sobre o TFC, pois fiz jornalismo com o claro objetivo de um dia entrevistar e testemunhar um show deles. E pensar que achava que teria que me deslocar at� Galsgow para isso... Bem, os indies e descolados em geral fizeram a festa no festival "No Ar: Coquetel Molotov". Verdade que o teatro da UFPE n�o lotou, mas um p�blico consider�vel deu as caras no evento... O excelente Parafusa fez um show perfeito. Colocou no bolso todas as outras bandas brasileiras. O som, se duvidar, foi o melhor da noite. E, at� que enfim, eis uma banda nacional que sabe usar teclados sem ser chata! E tome marchinha carnavalesca, frevo, samba, MPB. Set list redondinho: "Parece Filme", "Carnaval se Foi", "No Asfalto", "Pode Crer" (linda). Enfim, tem gente que acha que o Parafusa � mera c�pia do Los Hermanos (n�o concordo). Que seja, pois neste caso, a c�pia superou, e muito, o original. Depois o Profiter�lis entrou em cena. Pop indie com percuss�o e um excelente baixista. Mas a sobremesa n�o me pareceu das mais apetitosas. De impressionar mesmo, o quorum. Muita gente foi ao festival s� para v�-los. Agora, a tentativa de fazer poesia concreta como em "Jenipapo" foi medonha. Parte da letra: "Esse licor de jenipapo t� no papo". E eu que reclamava dos tempos do "O Papa � Pop / o Pop N�o Poupa Ningu�m". Pavoroso. Ok, os caras da Pelvs s�o excelentes m�sicos, o baixista ostentava uma camiseta estampada com a bandeira de Pernambuco, o p�blico curtiu pra cacete, mas o que ficou na mem�ria mesmo foi o som terrivelmente alto e um repert�rio chaaaaaaaaaaaaaaaato e datado. Pink Floyd demais. Pavement demais. Uma decep��o, apesar da aclama��o popular. Quando o sueco Hell on Wheels subiu ao palco, comecei a dar raz�o � tese do �lvaro Pereira Jr. Segundo ele, nenhuma banda brasileira (exce��o feita ao Sepultura, de acordo com o pr�prio) jamais chegar� aos p�s de qualquer banda gringa m�dia. Os caras t�m rock nas veias. N�o tem jeito. Da mesma maneira que o samba e o frevo s�o nossos, o rock � deles. � cultural. Quest�o de DNA. S� a garra do vocalista e guitarrista Rickard, a t�cnica do baterista Joan e performance da excelente baixista Asa n�o deixam margem � d�vidas. Foi lindo. Esporrento, virulento, da porra! Tanto que, ap�s o show, parte da plat�ia foi embora! Cool. Ali�s, o p�blico s� abriu m�o do conforto das cadeiras j� no final da apresenta��o do Hell on Wheels. Bem, aqui vai um desabafo de 11 anos. Talvez me arrependa mortalmente do que escreverei abaixo, mas, quer saber, dane-se! Ontem realizei um sonho que julgara inacess�vel, proibido. J� posso morrer em paz. A partir de agora, estou livre para vender pamonha de puro milho verde em Piracicaba ou para plantar pimenta vermelha no noroeste do Paran�. O que vier � lucro... n�o almejo mais nada, n�o tenho mais ambi��es... Sendo assim, pro raio que o parta a seriedade e o "compromisso jornal�stico". Me diverti paca! Alcancei a plenitude espiritual sem precisar de dogmas, mantras, Jesus Cristo, Esp�rito Santo, Freud, psicotr�picos e tal. E voc�, nobre leitor deste site, tem tr�s op��es agora que est� lendo estas indigitadas linhas: a) morder os cotovelos de inveja; b) me dar os parab�ns; c) me mandar tomar no Hemisf�rio Sul... A escolha � sua! Pra mim, tanto faz. J� se voc� tiver se divertido tanto quanto eu, entre em contato comigo e vamos tomar umas brejas e trocar umas id�ias. Eu pago a conta! Bem, o show do Teenage Fanclub... Os caras entram em cena. Norman Blake manda um sonoro "Boa Noite" e Raymond McGinley ataca com "About You". Na seq��ncia, "Start Again". Gerard Love tira do bolso a fant�stica "Don't Look Back". Tudo perfeito. Tr�s vozes afinad�ssimas, tr�s compositores fenomenais e, parte da plat�ia, composta de jornalistas, alcan�a o Nirvana. A outra parte (n�o vi este fato inusitado, pois n�o desgrudei os olhos um s� segundo do palco) dormia. Fato, no m�nimo, engra�ado... O TFC � assim mesmo, inofensivo. Quem n�o gosta pode aproveitar para tirar um cochilo na boa. A banda priorizou de in�cio o repert�rio do "Songs From Nothern Britain". Deste �lbum, tocaram, al�m da j� citada "Start Again", "Ain't That Enought" (a preferida de Nick Hornby), a excepcional "I Don't Want Control of You" e, finalmente, a que mais gosto do disco, "Speed of Light". A partir da�, comecei a pedir desesperadamente ao Gerard Love para tocarem "Spark's Dream". O cara ouviu, olhou para mim, riu e ficou na dele. Implorei ao baixista porque ele � o dono da m�sica... preferiram tocar "What You do to Me". Nada mau. N�o posso reclamar do que veio em seguida, "The Concept", m�sica que escuto diariamente desde 1993. Chorei. �, me derramei em l�grimas. Pode me chamar de boiola que n�o ligo. Sou macho pra cacete! Por tr�s deste choro estava engasgado um desabafo de 11 anos, a prova definitiva que podemos botar f� porque �s vezes d� p�. Tudo bem, j� tinha perdido a sanidade, me exposto ao rid�culo. Pela primeira vez na vida dediquei-me ao "air guitar". Cara, 11 anos s�o 11 anos! Continuei a implorar por "Spark's Dream". Para minha surpresa, quem anunciou a boa nova foi Norman Blake! Bicho, desculpe a liberdade, mas aquilo foi tocado em minha homenagem. Pelo menos na minha fantasia, do jeito que guardarei para o resto da vida. Nem vale a pena contar como fiquei durante a execu��o da m�sica. Agradeci aos caras, simples assim. Ainda teve "I Need Direction", "Star Sign", "Mellow Doubt", "Verisimilitude". E ainda ficou faltando "Planets", "Neil Jung", "Sidewinder"... Do fundo da minha alma, quero agradecer ao RecifeRock, Coquetel Molotov e, principalmente, a Norman Blake, Raymond McGinley, Gerard Love e Francis MacDonald. Voc�s conseguiram realizar o sonho da minha vida. Obrigado |
|
|
|
